O WhatsApp conseguiu
obter uma decisão favorável da Justiça de Sergipe e derrubou o bloqueio no
Brasil imposto desde segunda-feira (2). O desembargador do Tribunal de Justiça
de Sergipe Ricardo Múcio Santana
de Abreu Lima aceitou um pedido de reconsideração dos advogados do WhatsApp.
Com isso, o serviço deve voltar a funcionar assim que as operadoras forem
notificadas e fizerem ajustes em sua rede de telefonia.
Com a decisão, a Justiça de Sergipe derruba o bloqueio que havia sido
determinado pelo juiz Marcel Maia Montalvão, da Vara Criminal de Lagarto, em
Sergipe. Ele havia determinado que as operadoras TIM, Oi,
Claro, Vivo eNextel suspendessem
o acesso ao WhatsApp por
72 horas a partir das 14h desta segunda-feira.
Os advogados do WhatsApp haviam
entrado com um recurso contra a determinação, mas
não obtiveram sucesso, pois odesembargador Cezário Siqueira
Neto negou o pedido.
Investigação
O bloqueio do aplicativo foi pedido porque oFacebook,
dono do WhatsApp, não
cumpriu uma decisão judicial anterior de compartilhar informações que
subsidiariam uma investigação criminal sobre tráfico de drogas no município de
Lagarto, a 75 km de Aracaju.
A recusa já havia resultado na prisão do presidente do Facebook para
América Latina em março deste ano, também determinada pelo juiz Marcel
Montalvão, da Vara Criminal de Lagarto, responsável pela decisão que bloqueou o
aplicativo.
O magistrado atendeu a um pedido de medida cautelar da Polícia Federal, que foi
endossado por parecer do Ministério Público. A multa para as empresas em caso
de descumprimento do bloqueio é de R$ 500 mil por dia.
Aplicativo
diz não ter dados
Em comunicado, o WhatsApp lamentou
a decisão e disse não ter a informação exigida pelo
juiz.
Nesta terça, Jan Koum, um dos criadores do WhatsApp,
afirmou que o app não guarda histórico de
mensagem de seus usuários e
sugeriu que atender aos pedidos da Justiça brasileira colocaria em risco a
segurança não só dos usuários brasileiros, mas de todos os usuários no
mundo.
Após a repercussão da decisão, o site do TJSE apresentou instabilidade na tarde
de segunda. O problema continua nas primeiras horas da manhã desta
terça-feira.
O Anonymous Brasil
assumiu a autoria do ataque e informou ter derrubado o site do
TJSE em protesto pela decisão de bloquear o aplicativo. A assessoria de
comunicação do TJSE não confirmou que o site foi hackeado.
Depois que o órgão percebeu a possibilidade de um ataque, decidiu bloquear a
internet para proteger a rede de dados.
Outros
bloqueios
Não é a primeira vez que um tribunal decide pela suspensão do acesso ao serviço
de bate-papo no Brasil.
O bloqueio anterior ocorreu em dezembro de 2015, quando a Justiça de São Paulo
ordenou que as empresas impedissem a conexão por 48 horas em represália
ao WhatsApp ter
se recusado a colaborar com uma investigação criminal.
O aplicativo ficou inacessível por 12 horas e voltou a funcionar por decisão do
Tribunal de Justiça de SP.
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