Em informática, hacker [ráquer é um indivíduo que se dedica,
com intensidade incomum, a conhecer e modificar os aspectos mais internos de
dispositivos, programas eredes de computadores. Graças a esses conhecimentos,
um hacker frequentemente consegue obter soluções e efeitos extraordinários, que
extrapolam os limites do funcionamento "normal" dos sistemas como
previstos pelos seus criadores; incluindo, por exemplo, contornar as barreiras
que supostamente deveriam impedir o controle de certos sistemas e acesso a
certos dados.[3]
O termo (pronunciado "háquer" com "h"
expirado) é importado da língua inglesa, e tem sido traduzido por decifrador
(embora esta palavra tenha outro sentido bem distinto) ou "traduzido"
para ráquer. Os verbos "hackear" e "raquear" costumam ser
usados para descrever modificações e manipulações não triviais ou não
autorizadas em sistemas de computação.
Hackers são necessariamente programadores habilidosos (mas
não necessariamente disciplinados). Muitos são jovens, especialmente estudantes
(desde nível médio a pós-graduação). Por dedicarem muito tempo a pesquisa e
experimentação, hackers tendem a ter reduzidaatividade social e se encaixar no
estereótipo do nerd. Suas motivações são muito variadas, incluindo curiosidade,
necessidade profissional, vaidade, espírito competitivo, patriotismo, ativismo
ou mesmo crime. Hackers que usam seu conhecimento para fins ilegais ou
prejudiciais são chamados crackers.[5]
Muitos hackers compartilham informações e colaboram em
projetos comuns, incluindo congressos, ativismo e criação de software livre,
constituindo uma comunidade hacker com cultura, ideologia e motivações
específicas.[6] Outros trabalham para empresas ou agências governamentais, ou
por conta própria. Hackers foram responsáveis por muitas importantes inovações
na computação, incluindo a linguagem de programação C e o sistema operacional
Unix (Kernighan e Ritchie), o editor de texto emacs (Stallman), o sistema
GNU/Linux (Stallman eTorvalds) e o indexador Google (Page e Brin). Hackers
também revelaram muitas fragilidades em sistemas de criptografia e segurança,
como, por exemplo, urnas digitais (Gonggrijp e Haldeman), cédula de identidade
com chip, discos Blu-ray, bloqueio de telefones celulares, etc.
Na língua inglesa, a palavra deriva do verbo to hack, que
significa "cortar grosseiramente", por exemplo com um machado ou
facão. Usado como substantivo, hack significa "gambiarra" — uma
solução improvisada, mais ou menos original ou engenhosa.
Esse termo foi apropriado pelos modelistas de trens do Tech
Model Railroad Club na década de 1950 para descrever as modificações que faziam
nos relês eletrônicos de controle dos trens. Na década de 1960, esse termo
passou a ser usado por programadores para indicar truques mais ou menos
engenhosos de programação, por exemplo usando recursos obscuros do computador.
Também foi usado por volta dessa época para manipulações dos aparelhos
telefônicos com a finalidade de se fazer chamadas grátis.
O termo "decifrador" foi introduzido na década de
2000 por empresas de informática no Brasil, incluindo Microsoft, IBM e
Google.[7]
Mesmo quando efetuadas apenas por diversão, como nesse caso,
estas invasões causavam grandes transtornos aos administradores e usuários dos
sistemas. Como os invasores eram hackers, o termo adquiriu uma conotação
negativa. Para muita gente, ele passou a significar "invasor de sistemas
alheios". Muitos hackers honestos se ressentiram desta mudança de sentido:
“
Nós aqui no TMRC usamos os termo 'hacker' só com o seu
significado original, de alguém que aplica o seu engenho para conseguir um
resultado inteligente, o que é chamado de 'hack'. A essência de um 'hack' é que
ele é feito rapidamente, e geralmente não tem elegância. Ele atinge os seus
objetivos sem modificar o projeto total do sistema onde ele está inserido.
Apesar de não se encaixar no 'design' geral do sistema, um 'hack' é, em geral,
rápido, esperto e eficiente. O significado inicial e benigno se destaca do
significado recente - e mais utilizado - da palavra 'hacker', como a pessoa que
invade redes de computadores, geralmente com a intenção de roubar ou
vandalizar. Aqui no TMRC, onde as palavras 'hack' e 'hacker' foram criadas e
são usadas com orgulho desde a década de 1950, ficamos ofendidos com o uso
indevido da palavra para descrever atos ilegais. Pessoas que cometem tais
coisas são mais bem descritas por expressões como "ladrões",
"'cracker' de senhas" ou "vândalos de computadores". Eles,
com certeza, não são verdadeiros 'hackers', já que não entendem os valores
'hacker'. Não há nada de errado com o 'hacking' ou em ser um 'hacker'.
”
— TMRC
(Tech Model RailRoad Club)
Como parte deste esforço, hackers honestos propuseram o
termo "cracker" para os seus colegas maliciosos. Atualmente (em
2012), o sentido pejorativo de "hacker" ainda persiste entre o
público leigo. Enquanto muitos hackers honestos usam esse nome com orgulho,
outros preferem ser chamados de especialistas em segurança de dados,analistas
de sistema ou outros títulos similares.
Muitos hackers de computadores, mal-intencionados ou não,
costumam utilizar um conjunto de termos e conceitos específicos. Na década de
1980, esse jargão foi coletado em um arquivo (The Jargon File) posteriormente
ampliado e editado por Eric Raymond em forma de livro.[3]
O jargão hacker inclui termos para designar várias
categorias de hackers:
· White hat
("chapéu branco") é um hacker que estuda sistemas de computação à
procura de falhas na sua segurança, mas respeitando princípios daética hacker.
Ao encontrar uma falha, o hacker white hat normalmente a comunica em primeiro
lugar aos responsáveis pelo sistema para que tomem as medidas cabíveis. Muitos
hackers white hat desenvolvem suas pesquisas como professores de universidade
ou empregados de empresas de informática.
· Black hat
("chapéu preto") é um hacker que não respeita a ética hacker e usa
seu conhecimento para fins criminosos ou maliciosos; ou seja, umcracker.
· Grey hat
("chapéu cinza") é um hacker intermediário entre white e black: por
exemplo, um que invade sistemas por diversão, mas que evita causar dano sério e
que não copia dados confidenciais.
· Elite hacker
("hacker de elite") é uma reverência dada apenas aos hackers mais
hábeis, o que se constitui como um elevado status dentro da comunidade hacker.
· Newbie
("novato"), muitas vezes abreviado "NB", é o termo usado
(em sentido um tanto pejorativo) para designar um hacker principiante.
· Blue hat
("chapéu azul") é um hacker contratado por empresas para encontrar
vulnerabilidades em seus sistemas antes dos lançamentos.[8]
· Lam(m)er ("inepto" ), ou então
script kiddie ("moleque de script"), alguém que se considera hacker,
mas que na verdade, é pouco competente e usa ferramentas desenvolvidas por
outros crackers para demonstrar sua suposta capacidade ou poder.
· Phreaker
(combinação de phone com freak, que significa "maluco") é um hacker
especializado em telefonia (móvel ou fixa).
· Hacktivist
(combinação de hacker com activist) ou "hacktivista" é um hacker que
usa suas habilidades com a intenção de ajudar causas sociais, políticas,
ideológicas, religiosas ou que se envolve em ciberterrorismo.
· Nation
States Professionals (hackers a serviço de Estados) são hackers contratados por
governos e/ou agências de inteligência estatais, bem como unidades específicas
de guerra cibernética. Com um grande poderio computacional ao seu dispor, tais
hackers visam atacar virtualmente infraestruturas, tanto militares como civis,
setores financeiros, serviços, etc.
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